terça-feira, 26 de abril de 2011

Everyday

Mudança. Quantas vezes essa palavra foi pronunciada naquele ano? Não, ela, felizmente, não faz parte do passado, tem sido usada no presente, com muito mais frequência do que ela esperava. Não é mudar de opinião, ir sendo atirada de um lado para outro como as ondas do mar, é renovação. Todos os dias levantar e perceber que é um novo dia, ainda há tempo de ver o que errou e concertar, perceber que é isso que Ele espera, arrependimento e dependência.

Muitas vezes, com toda certeza, é dificil aceitar o que está por vir, o que ela é. Uma insegurança, ela olha para si, com seus jeitos, suas manias, e vê defeitos. Então Ele vai lá e ensina, molda, trabalha.

Trabalho incansável, diário, mas não, Ele não se cansa, e é por isso que ela pode sorrir todos os dias.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Não dá pra esconder no olhar



Estava já com pretensão de entrar, lá fora era frio, e aquela sacada não parecia nada convidativa, pelo menos não naquela noite. Foi então que ele me chamou, estranhei, o que ele estava fazendo lá? Ele sentou em um banco e eu já deitada no seu colo, fiquei ali só ouvindo.


Com certeza, um dos momentos mais emocionantes que já passei, ele havia preparado tudo aquilo, aquele momento, pensado nas palavras, nos detalhes, o que deveria falar. Pelo primeira vez o vi chorando de felicidade, e enquanto ele falava, explicava coisas até então inexplicavéis, as lágrimas escorriam, e molhavam aquele sorriso que já me fez sorrir tanto.


Eu tremia de frio, mas naquele instante, nada importava, as palavras ouvidas tinham o calor que eu precisava. Não o calor momentaneo, aquele que somente com um agasalho você satistaz, elas continham o que por anos e anos iria me acalmar e aquecer em muitos momentos. Pedidos de perdão, ajustes, tudo foi dito, tudo foi esclarecido, e eu pude perceber a pessoa maravilhosa que Deus havia "me dado".

E sim, é muito bom poder dizer: eu te amo pai!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

A Filha Eterna



Assim como ele, aquele dito personagem sem nome, que observa seu filho, especial, filho indesejado, amadurecer, tanto neurologicamente como em personalidade, ela tenta crescer também. Ele escreve livros e tem completa noção de que eles não serão publicados, ela escreve textos e sabe que talvez não sejam lidos. Ele tenta fugir da rotina, despreza-a com todas as forças, mas acaba se tornando refém dela, e percebe que vive muito melhor assim. Ela já cansou da rotina. O futuro para ele, agora que já passou por tantas fases tumultuadas, não requer decisões muito importantes. Para ela as decisões estão apenas começando.

Ele baseia seu modo de pensar em Nietzsche. Ela em Cristo. Ele, ao deparar-se com os problemas, ignora-os, na busca de literatos que expliquem ou até mesmo resolvam o que se passa. Ela não os ignora, muito pelo contrário, as vezes até faz questão de aumentá-los, não de propósito, já teve os olhos inchados de lágrimas, agora tem um confortável colo para descansar, afinal, Deus tem a ajudado a resolver cada um deles.

Porém, ao contrário dele, a descrição não é de um personagem, é dela mesma, em carne e osso.






*baseado na obra de Cristóvão Tezza, O Filho Eterno.