quinta-feira, 7 de abril de 2011

A Filha Eterna



Assim como ele, aquele dito personagem sem nome, que observa seu filho, especial, filho indesejado, amadurecer, tanto neurologicamente como em personalidade, ela tenta crescer também. Ele escreve livros e tem completa noção de que eles não serão publicados, ela escreve textos e sabe que talvez não sejam lidos. Ele tenta fugir da rotina, despreza-a com todas as forças, mas acaba se tornando refém dela, e percebe que vive muito melhor assim. Ela já cansou da rotina. O futuro para ele, agora que já passou por tantas fases tumultuadas, não requer decisões muito importantes. Para ela as decisões estão apenas começando.

Ele baseia seu modo de pensar em Nietzsche. Ela em Cristo. Ele, ao deparar-se com os problemas, ignora-os, na busca de literatos que expliquem ou até mesmo resolvam o que se passa. Ela não os ignora, muito pelo contrário, as vezes até faz questão de aumentá-los, não de propósito, já teve os olhos inchados de lágrimas, agora tem um confortável colo para descansar, afinal, Deus tem a ajudado a resolver cada um deles.

Porém, ao contrário dele, a descrição não é de um personagem, é dela mesma, em carne e osso.






*baseado na obra de Cristóvão Tezza, O Filho Eterno.

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